Segunda-feira começou cedo. Acordei para tirar o atraso — não sei de quê, mas parece que o corpo achou que devia. Antes das nove já tinha saído um bolo de cenoura e milho, o preferido do meu filho, e uma receita nova de enroladinho de presunto e queijo. Tudo isso antes da vizinhança acordar. Orgulho e cansaço simultâneos.
Graças a Deus, hoje é feriado. E com a folga, pude me dedicar ao meu hobby favorito: cozinhar. Tirei a poeira do meu “George Foreman”, aquele grill que só trabalha em ocasiões especiais, e preparei bifes de coxão mole para quatro. Pelas minhas contas, dava para dois almoços. Pelas contas da família, quase deu briga. Como dizia meu amigo Pingo, “quase saiu sorteio de bife”.
O músculo em cubo — que hoje ficou “cubão” — foi para a reserva para a semana, bem como o arroz e o feijão, responsabilidade da patroa e do filho, que estão, como se diz, de “saco cheio”. Curioso: mesmo sem estar na tal Semana do Saco Cheio, eu também senti vontade de não acordar na terça. Talvez porque, afinal, todo mundo anda meio de saco cheio de alguma coisa.
No fim da tarde, programa esportivo em família: Guanandizão. Falcão e outros craques do futsal em ação. os jogos preliminares foram animados. Minha filha, que pratica o esporte, parecia em casa — autógrafos, fotos, sorrisos. O público, formado por atletas, pais e corujas em geral, esperava o grande momento. Um destaque digno de nota: o evento começou, e terminou, no horário. Isso, no Brasil, já é um golaço.
Enquanto o jogo rolava, viajei nas minhas memórias. O Guanandizão dos meus vinte e poucos anos — segundo Fábio Júnior, a melhor idade para errar. Ali vi shows, jogos e até um Lulu Santos reclamando do tamanho da cama do hotel, Campo Grande, às vezes, que era pequena demais para certas estrelas.
Depois dessas lembranças, deu para saber exatamente quantos anos eu tenho.