Não convidei os padrinhos para o Jantar!
Da Série “As cagadas que eu fiz”
Onde eu trabalhava, na época em que me casei, era vizinho de um escritório de engenharia. O doutor me presenteou com a planta da casa que eu iria construir. Uma planta bem distribuída, inclusive com espaço para expansão, quando as crianças chegassem. E está lá para todos verem. É claro que fiz uns puxadinhos, mas isto depois de quase dez anos lá dentro.
Em consideração, convidei o doutor para ser padrinho do casório, no religioso. Sua mãe era conhecida da minha, de longa data. O casório ocorreu em dois dias: um dia para o civil e outro para o religioso. Sexta e sábado. Como não haveria festa, resolvemos fazer uma pequena recepção em casa, na noite de sexta, onde serviríamos um jantar para a família e os padrinhos, coisa de uns cinquenta convidados.
A cozinha ficou por conta de minha mãe. Quando contratamos o fotógrafo e a decoração já fizemos a previsão para este dia. Achei que não havia esquecido de ninguém.
Naquele fim de tarde vi que o movimento da decoração estava demorando. Havia chegado a pouco do cartório. Liguei para o decorador e ele achava que seria tudo no sábado, mas sua eficiência conseguiu decorar o ambiente a tempo. As fotos ficaram muito boas.
Me perguntaram por que não havia convidado a mãe de um dos padrinhos? como assim a dona Fulana está mais que convidada, nas minhas contas. Pois nem ela nem seu filho e sua nora estavam sabendo do jantar.
Como o evento foi quase que sigiloso. Eu pedia para não comentar, porque seria uma coisa intima e coisa e tal. Aí ocorreu de ninguém comentar nada. Deu no que deu.
Às tantas da tarde eu ligando para a casa do doutor. Chamava, chamava, chamava até eu desistir e novamente chamar. Aquilo não era de se fazer. Convidar alguém em cima da hora. Sem salão e gabardine passado para ir a uma festa. Na verdade, um jantar, só para os íntimos.
Liguei para a mãe do doutor, conhecida de minha mão de longa data, mas ela estava indisposta e achava melhor ficar em casa. Que pena!
No sábado nos encontramos na porta da igreja. O doutor, acompanhado de sua digníssima, recebendo de mim as melhores tentativas de me explicar. Que fineza o doutor demonstrou, e sua digníssima também. Disseram que compreendiam tudo, que eles já haviam passado por toda aquela correria e, a gente acaba cometendo estes atropelos.