Domingo de Dia das Crianças. A missão era dupla: ser pai e catequista. A combinação perfeita para quem acredita que a fé precisa vir acompanhada de macarronada — e foi exatamente esse o plano.
Minha filha topou ir, claro. Afinal, o encerramento prometia seu prato favorito, e ninguém resiste a uma boa recompensa divina em forma de molho vermelho.
Como catequista, fiz minha autoavaliação no meio da bagunça santa: o lúdico tem que vir em primeiro lugar. E hoje veio com força. Os catequizandos se entrosaram rápido, talvez porque os catequistas estavam ocupados demais com o verdadeiro sacrifício do dia — preparar o almoço.
Nada de sermão, de cobrança ou de postura exemplar. A catequese de hoje foi diferente: evangelização na base do pula-pula, do algodão doce e da pipoca. E queimada, claro — aquela que queima mais a dignidade dos adultos tentando acompanhar as crianças do que qualquer pecado mortal.
O lanche compartilhado veio com litros de refrigerante gelado (graças ao sol que resolveu desobedecer a previsão de chuva). E para fechar o cardápio da tentação: bolo de chocolate, brigadeiro e pacotinhos de bala — o verdadeiro corpo místico da alegria infantil.
Quem foi, ganhou presente três vezes: não faltou, se divertiu e ainda saiu com algo embrulhado nas mãos. Domingo abençoado, doce e levemente calórico.