Quando estive no solo de Brasília, pela única vez, foi em 1979, outra vez fiz escala na volta de Belo Horizonte. Fui com a Banda Marcial de Campo Grande. Participamos do hasteamento do pavilhão nacional, em cerimônia no dia 31 de março. Ficamos por uns três dias. Comemos do bom e do melhor. Pela primeira vez viajei de avião e fiz contato imediato com a Língua Inglesa.
A solenidade ocorria todo mês e em cada um, um Estado era convidado. O recém implantado Estado de MS fora o contemplado da vez. Iriamos executar pela primeira vez o Hino a MS. “Os celeiros de fartura…” Além do evento fizemos muitos passeios. Visitamos vários cartões postais. Nos apresentamos e ensaiamos na Praça dos Três Poderes. A Capital Federal não tinha vinte anos, ainda era possível sentir o cheiro do cimento fresco.
O que eu tinha de conhecimento da cidade havia aprendido na escola, achava tudo muito bonito e me dava por satisfeito em saber o que sabia sobre ela. O tempo veio a me ensinar e eu passei a admirar e querer saber cada dia mais sobre a cidade que nasceu do zero. Ainda sei muito pouco. Gosto das comparações que fizeram entre Campo Grande e Brasília. Duas novas Capitais, mas com a diferença no núcleo original. Instiga-me saber sobre as migrações que resultaram no que hoje resultaram as duas capitais, além de outros temas.
Alguém poderia me perguntar: O que a revista tem a ver com Brasília? Acho que a revista Mad nunca dedicou um número a tal evento, mas para mim o título é proposital.
Quando estive na longínqua Brasília, em 1979, comprei várias bugigangas. Lembro-me de ter comprado lápis, apontador e outros souvenirs e tê-los levado à escola. Coisa para se aparecer.
Quando estávamos à espera de embarcar de volta em uma área reservada do Aeroporto encontramos uma banca de revistas. Como ainda me restava alguns trocados resolvi comprar uma Mad, que estava exposta na vitrine. Havia lido alguma anteriormente. Enrolei-a e coloquei debaixo do braço e segui com a delegação para o avião da Vasp. Dentro da aeronave fui dar uma folheada na revista, mas antes, porém, meu amigo Marco Aurélio me pediu emprestada. Tudo bem, quando chegasse em casa teria todo tempo do mundo para lê-la. Depois que ele a folheou demoradamente me devolveu e me perguntou se não tinha em português? Tinha, mas eu escolhi em inglês mesmo, gosto desta revista em qualquer linguagem. Mentira! Que decepção, mas segurei firme o orgulho, mas acho que não consegui disfarçar. Ainda bem que o Marco é uma pessoa discreta. Enganado eu não fui, porque a atendente da banca me olhou de um jeito assim me admirando, querendo dizer: olha só os matutos lendo inglês! Eu achei um pouco caro o preço da revista, mas como ainda tinha algum, nem titubeei. Também percebi que a atendente chegou a cochichar alguma coisa com a outra uniformizada, talvez querendo insinuar que eu estava enganado. É claro que não! Mentira. Tive que carregar aquela revista por um logo tempo, para valorizar o dinheiro, até que um dia resolvi jogá-la fora.
Por algumas vezes tentei traduzi-la com o auxílio de um dicionário, mas luta inglória. Acho que esta experiência me afastou ainda mais da língua, por minha culpa. Digo que o contato foi imediato, porque já tive contato com ETs e para não houve diferença.
Quarenta e uns anos depois, me sentindo mais seguro na língua, resolvi remexer o passado. Encomendei pela estantevirtual.com a primeira edição em inglês que encontrei, a 202 de 10/1978, mais velha do que a que comprei enganado. In this issue, we give… na qual o Alfred E. Neuman está na capa having shower com a bunda bronzeada. Que alívio folhear uma coisa do passado.
REVISTA MAD Nº202, OCT. ‘78
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