TURISTA ACIDENTAL!
Aloízio de Oliveira
Ainda na minha estada em Campinas, fui passear de trem, de Maria Fumaça mesmo, um programa bem nostálgico como sempre quis.
Foi um passeio curto, o suficiente para voltar ao passado, reviver os áureos tempos do trem de passageiros, reconhecer um abandono e impressionar-me com uma resistência.
Tudo que se encontrou por lá, foi deixado intocado a quase quarenta anos. Hoje a ferrovia se presta ao turismo, assim como a paisagem por nós avistada. Quem quiser conferir embarque em Anhumas e desembarque em Tanquinhos.
Foi realmente um passeio turístico, mas também foi uma aula de história ao vivo. A ferrovia nem saiu do perímetro urbano, mas foi possível ver um contraste entre contemporaneidades. Hoje a modernidade apresada e suas múltiplas formas de fazer riqueza e o ontem com predomínio da monocultura do café que penhorou nossa dependência econômica. Sempre quis crer que a tecnologia ferroviária nunca ficou estagnada, nem que outros interesses nortearam sua evolução, principalmente a brasileira.
Passeei em devaneios ao ouvir os clamores dos guias turísticos : – A Ferrovia é um transporte social. É um transporte do futuro!
Além de conhecer esta ferrovia ainda pude ver um telefone com mais de cem anos. Suas implicações sociais, demandas, usos e utilidades. Que Graham Bell era médico.
Um passeio destes, completo, vale o que se pedem. Grátis para crianças de colo e meia para as de até doze anos, estudantes com carteirinha e professores com holerites.
“- Três meias, uma criança e dois professores”, solicitei apresentando as carteirinhas.
– Estas carteirinhas não têm prazo de validade, sem os holerites não da para saber se vocês já melhoraram de vida! Retrucou o da bilheteria.
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