DE ESTRADA, CHEGA!

DE ESTRADA, CHEGA!
Aloízio de Oliveira
A oportunidade surgiu e ela não quis saber de condicionantes ou imposições. Estaria disposta a enfrentar toda gama de (mais) sacrifícios, sabendo que ao final, esta parte da história teria um outro final, feliz, torciam. O certo, é que conseguiu o que mais queria: deixar de ficar distante.
Embarcava nas viagens como um caixeiro viajante. Na mala, de peso, só alguns de seus pertences o resto, conhecimento, repertório e saudade, numa curta viagem que pouco curtiu. Também embarcavam com ela as preocupações com a prole prospera e um seguro consorte outorgado. A cronologia que lhe trouxe esta est(r)ada da vida, trouxe além dos anos, os filhos e as queixas pela ausência. Reclamações justificadas por necessidade e instinto.
Quando menos se dava conta estava novamente arrumando malas. A seta de Sagitário lhe indicaria o caminho. Ao recordar de todas as vezes que arrumava/desarrumava malas, vai se lembrar da busca de um Mundo Novo, dos seus anos Dourados que ficaram distante e que só de Nave ira(i) se preciso for.
Teve, por um bom tempo, que tomar um norte, viajar nas asas seguras que com o passar dos anos, por insistência, achou-as confortáveis. Neste norte, onde águas se encontram, fincou raízes, fez amizades, fortaleceu vínculos e teve o trabalho reconhecido. Ficou grata com isso, mas já dera nome a seu lugar e por isso preferiu permanecer nele.
Nas suas ausências, lá e cá, contou com a benevolência dos chefes, a compreensão dos prestativos familiares e com a fidelidade do tempo, que fazia seus retornos serem breves. Nesta nova fase terá tempo de curtir os domingos até às tantas e ir aos encontros de que se privou. Não precisará ligar para saber como estão e nem para dizer: “-Cheguei! ”, seja lá a que horas for. Não terá mais o prazer do reencontro, a não ser os furtivos, pois estará sempre perto dos que lhe esperavam gritando “-Minha Mãe!”.
Aquela estrada, agora, terá um transeunte a menos. Viver é preciso, viajar não mais.
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