ESTE PONTO

ESTE PONTO
Oliver Alóis
Cheguei a um ponto
Em que me dou ao desfrute de observar a paisagem,
E dela não mais fazer parte.
Do requintado monumento em que me posto,
Vejo a encosta entreposta, escorrida, separando-me do planalto.
Me encontro onde há muito me encontrara,
Onde há muito estive.
Da paisagem moldada em minhas lembranças,
Resta-me pouco ao que vejo agora.
A princípio vi que há muito não a via,
Vi que há muito deixei de passar por aqui.
Vi que o caminho agora é outro,
Não aquele guiado por antônios, marias, coelhos.
Descido cedo, antes de todos.
Subido tarde, fechando portas, apagando luzes.
Recordo um declive maior.
Hoje o vejo estender-se no horizonte.
Para onde foste, acentuada encosta?
Seria a batida dos pés apressados de outros estudantes e/ou trabalhadores que me sobrevieram, ou seria o peso de outras obras que plainaram o teu chão?

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