Mudança de Casa!

 

parte da apresentação no Espaço Chico Xavier, em 20230916

Buscando a felicidade encaixotei coisas e transportei como mudança. Se saí em busca da tal felicidade ela não estaria embarcada. O que faria eu com todos aqueles pertences acumulados, úteis e inúteis que concentrei e que coloquei aos fardos e sobrecarregando o transporte? Neste ato de carregar desta forma, revelo o que havia de intimidade guardadas, e escondidas, por onde estive estes anos.

Mudei as rotas, conheci outras formas de ver e sentir. O melhor início foi olhar o alvorecer pela janela. Por outra, vi passando pessoas em passos firmes ao encontro de um lugar ao sol. Vi que pelo horário dá para sentir que o tempo passa silencioso.

Reconheci que outros caminhos me levam para lá, até posso escolher um deles. Fiquei mais perto das coisas de Deus do poder, até me dei ao desfrute da escolha.

Troca-se, com a mudança, a rota. Se tive que mudar, precisei aliviar a carga e desacelerar até me situar onde irei chegar. Pelo caminho vi que se precisaria de muito menos. Abandonei um trânsito pesado e encontrei a leveza de um octógono vermelho e o imperativo “PARE” sinalizando um novo caminho.

Desarrumei a casa, arrastei a cama, abri o armário e encaixei os trajes. Deixei o eco do silêncio ressoar onde ocupei seus quartos. Lugar em que fiz a fundação e no alicerce finquei a plataforma para lançar-me a viver. Ganhou um paradeiro e me acomodei como a frondosa palmeira que balança. Fiquei pensativo e meus pés enraizaram na tentativa de balançar a vontade de partir.

Reconheci que meu mundinho é bem maior que é possível se sentir só, e se sentir junto, dividindo um novo espaço. Uma mudança nos traz distanciamentos provocados pelos livres acessos e os respeitosos olhares pelas janelas transparentes.

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