Minha filha foi participar de um time de futsal, o DEC – Douradina Esporte Clube. Ela já corre atrás de bola desde bem cedo, sempre em times mistos, onde era a única menina — e, diga-se de passagem, jogava melhor que muitos cuecas. Inclusive, chegou a disputar alguns campeonatos pelo próprio DEC, nas categorias mistas. Mas desta vez seria diferente: o time era feminino, Sub-14. Ela se empolgou com os treinos. Na semana que antecedeu o evento, treinou todos os dias — à tarde e à noite. A técnica, Carol, passava todas as orientações dentro de quadra e, ao final, reunia os pais para organizar a caravana que acompanharia a equipe até a cidade onde seria realizado o Campeonato Estadual de Futsal Feminino, com credenciais da Federação de MS. Com a agenda fechada, fomos informados de que seriam três equipes, e que haveria um jogo pela manhã e outro à tarde (ou à noite), dependendo do resultado do primeiro. Apesar de eu achar que a distância não era tão grande, decidimos que o grupo só retornaria ao final do campeonato. Passaríamos o dia por lá. Levaríamos acomodações para um bom descanso — delas, claro! — e almoçaríamos em um restaurante, para que o time estivesse refeito até a hora dos jogos. A técnica já havia dado o alerta: “O primeiro jogo é pedreira; o segundo, mais leve.” No sábado pela manhã — ah, esqueci de dizer que o campeonato seria no sábado — atletas e acompanhantes se reuniram na sede do DEC para um café da manhã partilhado. De lá, partiríamos em caravana rumo ao local dos jogos. A Carol até criou um grupo de WhatsApp para as atualizações e enviou a localização do ginásio, que ficava bem na entrada da cidade. Como eu já conhecia a região, achei meio estranho precisar da localização para chegar àquele destino. Antes de partir, publiquei nos “Stores” do Whats as fotos da saída e o destino: Partiu Rochedinho-MS! Peguei a rabeira da caravana e entrei à direita, quando todos seguiram à esquerda. O caminho mais curto seria pela UCDB, mas fui vencido pelos passageiros do carro e tive que dar meia-volta para reencontrar a caravana — que, a essa altura, já tinha sumido. Fazer o quê? Partiu Rochedinho-MS! Via solo. Para economizar bateria, desliguei o celular na estrada e só liguei novamente quando chegamos ao ginásio, o que ficava na entrada da cidade, o único, impossível se perder. Ele estava vazio — talvez por causa da minha pressa. Com estrada boa, o Ecosport rendeu bem. Descemos em frente ao ginásio, que já estava aberto, e aproveitamos para um leve aquecimento: bola e chutes a gol. Mas, como o cenário não mudava, resolvi perguntar a alguém que passava por ali: — A que horas começa o campeonato? — Campeonato? O de rodeio? — Não, o de futsal… o Estadual! — Aqui? Cê falô fute o quê?…Foi então que recebi uma ligação do Frieira: — Eu tô indo pra Rochedo. Me esclarece uma coisa: Então foi transferido para Rochedinho? A ficha caiu. O futsal era em Rochedo, o rodeio seria em Rochedinho — mas só mais tarde. Gritei para a parte da equipe de futsal do DEC: “Partiu Rochedo-MS!”, juntei a bagagem espalhada pela quadra e avisei às atletas — entre elas, minha empolgada filha — que ainda faltavam uns 120 km. Se andássemos bem, chegaríamos antes do apito inicial. Rochedo é perto, a estrada estava boa e o carro, na sua melhor forma. Não deu outra: chegando à cidade, onde também o ginásio ficava logo na entrada, exatamente como a Carol havia dito. O primeiro jogo foi duro, conforme previsto, mas o segundo foi um passeio — apesar de algumas atletas terem se contundido. Sagraram-se campeãs.
QUE HISTÓRIA É ESSA, PORCHAT?
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