O dia começou antes do sol se impor com autoridade no céu. Às sete da manhã, já havia vozes, ideias e quadros brancos sendo preenchidos com o entusiasmo de quem acredita que ensinar é mais do que transmitir: é contagiar. A sala de aula, embora cansativa, foi palco de um assunto empolgante — daqueles que fazem o tempo correr e o cansaço parecer um detalhe.
O almoço foi breve, mas cheio de afeto. A mesa com a família, mesmo que por poucos minutos, tem o poder de restaurar mais que o corpo — restaura o ânimo. À tarde, reuniões. Muitas. Daquelas que exigem escuta, paciência e, às vezes, um café forte. Mas o relógio seguiu seu curso e, ao cair da tarde, os documentos atrasados finalmente encontraram seu lugar: concluídos, organizados, vencidos.
E como se o dia ainda pedisse poesia, houve tempo para ela. Um poema encomendado, sobre infância e uma escola de música — dois temas que dançam juntos como notas em um pentagrama de lembranças. Enquanto isso, a filha se dedicava ao judô, firme como um haicai bem escrito, e o filho curtia a semana do saco cheio na universidade, aquele intervalo necessário entre o saber e o querer saber.