Nas minhas andanças, navegando pelas redes sociais, tenho visto, há um bom tempo, um conflito inexplicável. A Globo contra o chefe do executivo federal.
Em um capítulo do livro “Chatô, o rei do Brasil” de Fernando de morais, da Cia das Letras, conta-se a história do surgimento da Globo. Ela já existia, quando da narrativa, mas naquele momento iria passar por grandes transformações, que eu acho, vigoram até hoje.
Châto, Assis Chateaubriand, empresário do ramo jornalístico, dono do conglomerado Diários Associados, exercia uma grande influência sobre a opinião pública, pois possuía uma ampla rede de veículos de informação ne TV, rádio, jornais e revistas. Eram do grupo a TV e Rádio Tupi, a revista O Cruzeiro entre outros. Com este aparato o grupo exercia a hegemonia da informação.
O livro narra outros acontecimentos da contemporaneidade do bibliografado. O assunto que mais predomina é sua proximidade com o poder. Ele tinha cadeira cativa no gabinete de Getúlio, que o tratava de ditador, ou ex-ditador, conforme o ano.
Existia uma norma sobre o funcionamento dos veículos de comunicação instalados no território nacional. As empresas deveriam ser genuinamente nacionais, sem uso de capital estrangeiro. Chatô soube muito bem, à sua conveniência, usar deste dispositivo.
Por seus desafetos às vezes pagava caro, mas nada que a concorrência pudesse oferecer perigo. Ele havia sofrido uma trombose, que o havia deixado em uma cadeira de rodas. Mesmo assim ele ainda continuava no comando das empresas e emitindo editais, despachando sua fúria aos desafetos.
Com a Revolução, de 64, muitos foram chamados a se explicar sobre suas atitudes subversivas. Opositores foram presos, cassados e expulsos do país. Mas o que fazer com um inválido como ele? Seus editais faziam duras críticas ao novo governo.
Como o poder de influência estava nas mãos deste desafeto, que a princípio se mostrou partidário, o jeito foi buscar outra empresa de comunicação que pudesse divulgar os feitos da Revolução. Mas quem, naquele momento, poderia atender a demanda?
A Globo já existia, mas relativamente, como pequena empresa local. Surge neste cenário uma empresa Multinacional, com sede nos USA, interessada em participar do mercado nacional. Mas e o dispositivo constitucional? Revoga-lo não seria problema. E assim a barreira de participação estrangeira no mercado nacional de comunicações foi derrubada. A Globo se associa à Time-Life. E o que isto significa? Dinheiro para divulgação de produtos e um editorial favorável.
Com o passar dos anos os investimentos foram aumentados. A empresa se tornou uma das grandes. Os segmentos eram diversificados: TV, Radio, jornais e o que viesse depois, a Internet.
Ela sempre foi a ira de partidos opositores, como nas manifestações em que todos gritavam: “o povo não é bobo, abaixo à rede Globo”.
Alguma parte desta história nós não estamos sabendo, mas o que nos transparece é um típico caso de desafeto. Quem trata a emissora como “Globolixo”, não são antigos aliados?
O nascimento da Globo
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