Quando ela nasceu eu andei de bicicleta. Fui de casa, pedalando, até onde estava meu irmão, me aguardando para pegar o carro e ir até a maternidade, onde estava minha cunhada, junto com a Dê.
Na véspera havia retirado a “magrela” da bicicletaria que ficava na Candido Mariano, em frente ao Hospital do Câncer. Resolvi dar uma remodelada colocando um jogo de catracas, as ditas 18 marchas, ajustado os freios e dando uma engraxada. Estava eufórico para estreá-la. Acho que foi a única vez que dei umas pedaladas com a bicicleta renovada.
Meu irmão me deu uns berros e tomou um taxi com as encomendas da maternidade. Era minha a intensão que ele voltasse pedalando até em sua casa, se trocasse e rumasse para o hospital, de carro, só não contava que ele já tivesse outra programação. Acho que a cunhada já estava em alta.
A Dê nasceu e morou bem próximo de mim e de minha mão, sua avó. Tirou muitas fotos, fez a alegria de todos que com ela moravam. O Gui é quatro anos mais velho. Tenho foto dela cutucando meu bolo de casamento.
Ela tem um dom literário, que deve estar escondido por aí. Ela participou da elaboração de um livro junto com outros alunos do José de Anchieta, que ela fez questão de me entregar uma cópia. Toda vez que eu os visitava, ela me convidava para jogar “stop”. Ela ganhava todas. Eu perdia porque não tinha “marca de cigarro” e nem “carro”.
Em um natal me propus a ser o papai Noel e perguntei no grupo de “Whats” da família se havia cartas. Ele pediu o que precisava naquele momento, um DEF, Dicionário de especialidades farmacêuticas. Havia me esquecido de um detalhe: o valor dos pedidos. Que vergonha eu passei.
Quando ela passou no vestibular, pode escolher os cursos. Escolheu farmácia. Hoje é farmacêutica. Na Universidade conheceu o noivo, agora marido.
O casamento já estava marcado há um bom tempo, mas com Pandemia alguns planos foram alterados, como a festa. Depois do cartório, eles reuniram um seleto grupo, em sua nova residência, para um jantar.
Esta foi uma das poucas vezes em que eu e meus irmãos nos encontramos, mas estamos todos bem.
O CASAMENTO DE MINHA SOBRINHA
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