Manifesto Bio lógico

Dai-nos santa paciência para buscarmos no pensamento empírico, justificativas para indecisões e equívocos.

Dai-nos santa paciência, para não nos esquecermos do metódico e não nos afastarmos do real e, divagar, porque há pressa nas questões vitais.

Dai-nos santa paciência na emergência dos que se foram no isolamento. Que a nossa colaboração seja prova do que está certo ou errado, falso ou verdadeiro e das múltiplas escolhas acertadas.

Dai-nos santa paciência para o necessário afastamento com ciência para preservar vida e saúde. Isso nos salva! Isso é biológico, é vida proliferada em organismos estruturados em uma espécie coletiva.

Dai-nos santa paciência para não perdermos espaço, sob pressão, para uma linguagem equivocada de um mundo nada poético.

Dai-nos santa paciência para que nossas palavras convençam e nossos exemplos arrastem, e para que somente a verdade prevaleça e todos tenham ciência disso.

Dai-nos santa paciência para que encontremos apoio no fazer científico, como fez o poeta Manoel de Barros, um buscador de infinitudes que valorava o desprezível e as ressignificava em uma percepção rica de realidades ocultas: […] Senhor, quem encherá os bolsos de guimbas, de tampinhas de cerveja, de vidrinhos de guardar moscas – senão os tontos de beco? E quem levará para casa todos os dias de tarde a mesma solidão – senão os doidos de beco?”

Dai-nos santa paciência para que nosso beco tenha saída.

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