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O Menino da Lista de Schindler é um relato autobiográfico do autor, Leon Leyson, Ed. Rocco, 2014.

Esta leitura aconteceu na sala de espera do Sesc Camilo Boni, em Campo Grande, MS, no início de 2020. Meus filhos praticavam esportes no final da tarde e ainda não estávamos em pandemia. Enquanto aguardava fui convidado a me sentar, em uma confortável cadeira, usado por outros usuários do Sesc que aguardavam atendimento. Diante de mim descortinou-se uma prateleira de vários livros, de assuntos diversificados. Nos primeiros dias de leitura os atendentes me chamavam de “próximo”, mas logo se acostumaram com minha presença.

Abri, aletoriamente, O Menino. Fiquei preso desde o início da leitura. Tinha tempo limitado para isso, pois as crianças logo chegariam e eu teria que fechar o livro e aguardar a próxima oportunidade. Acho que outros usuários também o liam, pois nunca o encontrava onde o havia deixado.

A história do Holocausto sempre foi trágica. O autor relata suas memórias e neles encontrei outros significados, que me instigaram a outras leituras.

Dá para reconhecer que o Nazismo não chegou chutando a porta, foi inoculado ao longo dos anos até se instalar. Sua narrativa descrevia a piora gradativa das condições de suas vidas e a de muitos. De suas primeiras lembranças a harmonia entre os integrantes da família e depois a dura realidade de separações e desaparecimentos.

O senhor Moshe, pai do autor, trabalhava como operário em uma fábrica. Por seu bom desempenho na função, foi promovido e transferido para outra, onde ficou afastado da família por cinco anos. Com os ganhos pode comprar um apartamento para a família, e novamente, por pouco tempo, conviverem sob o mesmo teto.

Com o estado de guerra a fábrica foi confiscada pelo poder central. Como assim confiscada? A Alemanha em guerra necessitava de produtos para a logística (munição), então onde houvesse interesse, e foram vários, havia o confisco (invasão!), geralmente de um judeu. Oskar Schindler, um nazista antes de tudo, passou a gerenciar a fábrica e atender os pedidos, que aumentavam a cada dia. Deve ter ficado muito rico, mas gastou boa parte do dinheiro com mulheres, apostas e bebidas. Ainda sobrou para ajudar pessoas e assim arriscar a vida.

Para a fábrica funcionar à todo vapor, os funcionários seriam os melhores, aí é que se enquadra o pai de Leyson. Habilidoso e competente no que fazia, logo chamaria a atenção do patrão, que muito precisaria dele, e de seus iguais. Por seu desempenho, Moshe, pode trazer para junto dele alguns dos seus.

A vida de racionamentos e escassez, além da discriminação, pelo qual passaram todos os integrantes da família, podiam ser amenizadas com as sobras da alimentação fornecida no refeitório da fábrica. Sopa com carne era uma raridade e motivo de comemoração.

Pela leitura pude ver que a sobrevivência estava relacionada ao desempenho favorável ao sistema. Leyson contou com muita sorte ao encontrar Oskar Schindler em seu caminho. Foram várias intervenções favoráveis até o final da Guerra.

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