10 a zero
Estavam eles juntos, buscando guarita em uma agremiação que os acolhia. Saíram de casa ainda cedo. Era o que tinham, e ali confortáveis ou não, o esforço compensaria. Era para jogar e apostavam na sorte. Uma carreira efêmera. Dormiam onde o sono os levou, e na madrugada, acordaram sob fogo. Correram, os que conseguiram. Queimaram-se. A culpa se foi de alguém, condenados estão, presos quem sabe. A conta será paga com ausências. Irresponsabilidade da busca. Aferir os ganhos e ganhar ferindo. Desta vez foram oito: Paulo Roberto, Anderson, Marcelo, Valdevino, “Gambazinho”, Leandro, Paulo José e Marcos Antônio. O que melhor sabiam fazer, faziam e esperavam reconhecimento, era o que a vida lhes emprestava. Agora, homenagens e monumentos ao descaso. Meninos que além de correr atrás de sonhos, corriam atrás de viver. Em 23 de julho de 1993, no Rio de Janeiro, aconteceu a chacina da Candelária. Negligenciam a vida dos jovens sobretudo no Rio de Janeiro.
02/2019
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