UM LUGAR AO SOL
Aloízio de Oliveira
Ele poderia ter ficado à sombra, em posição confortável, ofuscado pela astúcia das futilidades reinantes, mas escolheu se juntar ao confronto. Saber escolher a batalha é uma das marcas do vencedor e suas poucas opções foram suas escolhas. Achou que vencer na vida era ser reconhecido pelo argumento da força. Apesar do talento, sempre era traído pela compulsão desnecessária da luta. Indo a luta, trabalhava de sol a sol, e naquele lugar ninguém tocaria facilmente.
Geneticamente carregava na cor da pele a densidade e a distribuição de melanina baixa. Trazia exposto o perigo do contato dos raios UV´s e seu lugar ao sol, com pouca pigmentação, acumularia, nos anos que se seguiram, os efeitos danosos e negligenciados.
Esta fonte luminosa de energia essencial chamada sol, que aquece o planeta, é o responsável, direta ou indiretamente, pela vida, que em demasia queima e arde. Fogo, que tanto brilha, lhe ofuscava a vista.
O seu lugar ao sol tinha que ser conseguido ao sol, assim pensava. Em uma ocasião este lugar teria um prêmio e ao sol se expos e então o sol lhe subiu a temperatura, lhe cobriu de bolhas, lhe deixou de cama, repousando por dias seguidos. Queimou-se não ficando bronzeado, não mostrando seu valor, como toda aquela gente.
Se hoje tem seu lugar ao sol, tem pintas multicoloridas extraídas, analisadas e diagnosticadas precocemente. Entrou para o grupo do Sol-zero e FPS 65 diariamente. Segue caminhado seguindo o conselho:
– Vai pela sombra!
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