DONA LAURA

DONA LAURA
Aloízio de Oliveira
Já algum tempo passou a fazer parte de nossa vida, em nossa casa, uma graciosa senhorinha. Cheia de cachinhos nos cabelos, muito pequenina, que gosta de dar uns gritos estridentes pensando que já tem tamanho. Trata-se de uma legítima devota de São Miguel, o anjo guerreiro.
Arrumamos um belo aposento para a digníssima onde ela, que gosta de se esconder atrás de um home, nunca está. Colocamos árvores e borboletas enfeitando as paredes, protetores para pernilongos em sua cama, mas ela acha pouco confortável. Na casa ela descobriu um outro lugar bem mais aconchegante e amplo, onde sem nenhuma cerimônia, faz até sua última refeição, o seu “tetê”. Ali nenhum barulho a incomoda, só acorda quando suas necessidades apertam.
Achando a casa pequena arrumou logo um puxadinho, onde guarda seus pertences. Quando lá está abre todas as portas e janelas por onde exala um gostoso aroma do seu cafezinho ou do seu “fé fé”, oferecido, e servido, a todos os vizinhos em quantidades infindáveis. Tudo de mentirinha.
Essa pequena criatura gosta muito de conversar e usa termos não convencionais que nunca confundiram seus interlocutores. Se acontecer de ser contrariada (coisa rara!), discorda do oponente e lhe chama de “sato!”. Quando alguma coisa não ocorre como o desejado tem sempre um “que bota!” na ponta da língua. Trata suas desavenças de “sata buda”.
Ela gosta de tanta coisa que estes dias encontrou uma tal de Peppa Pig e sua família, que ela conhece todos pelo nome, tem o George, Mamãe Pig e o Papai Pig. Esta amizade está tão forte que até os convidou para uma festa. Outras pessoas também poderão ir nesta festa, desde que tenham um presente do George. Para os seus desafetos ameaça: “-Cê não vai na feta!”. Além de porcos, adora gatos. Os lá de casa não tem sossego, estão sempre em seu colo recebendo seus “afagos.
Ela está sempre ligada em novas tecnologias, inclusive tem domínio. Olha fotos, assiste Peppa e outras coisas em seu minúsculo celular. Além de usar estes aplicativos gasta um bom tempo ligando para sua “miga” e sua vó.
Quando sai às ruas todos se encantam com seus cachinhos. Conheço alguém que se orgulha disso, pois tem genética envolvida.
Seu número de sorte?12, sua cor”, “óza”, sua cidade, “échim”, sua palavra mais dita: – mia mãe!
Dona Laura é assim, a filha da Dona Natia e do Isluiz. Amocê!

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