Ontem à noite, o ginásio virou palco de emoções. Fui com a família assistir à partida de futsal do campeonato em que minha filha joga. A arquibancada vibrava, o placar oscilava, e o coração de pai batia em ritmo de torcida. Mas como nem sempre o roteiro é gentil, ela se contundiu. O time perdeu por 4 a 3, e a dor dela parecia ecoar mais alto que o apito final.
Ainda assim, a noite não terminou ali. Deu tempo de passar na academia — aquele templo onde músculos se encontram com a teimosia de quem insiste em cuidar do corpo mesmo quando a alma está cansada. Entrei quase no apagar das luzes, mas saí com a sensação de missão cumprida.
O dia, aliás, já vinha carregado. Como professor de química, minha rotina é feita de átomos, equações e tentativas diárias de transformar conhecimento em curiosidade. Finalizei os planos de aula com a ajuda da inteligência artificial — essa parceira silenciosa que, confesso, tem sido uma mão na roda. Ela me traz dados, ideias, e até aquele empurrãozinho que torna a aula mais viva.
Além da sala de aula, atuo na Educação Inclusiva, apoiando outros professores. E aqui, agradeço ao Bom Deus: agora tenho uma colega para dividir os trabalhos. Passamos o dia em conversas intermináveis, mas frutíferas — daquelas que não cansam, porque fazem sentido.
Entre a dor da filha, o suor da academia, os planos de aula e as trocas pedagógicas, percebo que a vida é mesmo uma mistura de reações. Algumas exalam tristeza, outras liberam energia. Mas todas, no fim, compõem essa fórmula única que é viver com propósito.