53, quem diria
A minha “Independence Day” deste ano eu comemorei no Bar do Japonês. Chamei uma parte da família para tomar umas Haineken e comer uns quibes. O Bar oferece o melhor custo benefício, além de ser próximo.
Meus irmãos vieram, os dois, sinal de prestígio. Minha cunhada Rosangela e o Guilherme também vieram. Da parte da minha sogra uma das cunhadas não quis enfrentar o frio. Naquele dia estava frio e chovendo.
Antecipei o encontro com uma visita ao bar, para saber o que podia fazer. Podia levar um bolo, mas a bebida e a comida tinham que ser de lá, sem problemas.
Quem me ligou eu também chamei para o bar. Só o Marcelão da outra parte. Falar nisso na minha recuperação da cirurgia só ele esteve lá em casa.
Hoje ficou muito mais fácil felicitar os aniversariantes. A agenda do “Face” te avisa e o link completa o resto. Nos grupos de Whats se um integrante lembra o resto se lembra quase que automaticamente. Ficou tudo tão impessoal e sem emoção, mas são sinais de novos tempos que temos que aceitar. Está difícil encontrar sinceridade.
O “quem diria” eu coloquei para lembrar que poderia não estar acontecendo, não desta maneira. Eu poderia estar doente, caso não estivesse fazendo acompanhamento médico. Tive um câncer de próstata diagnosticado precocemente e tratado cirurgicamente. Hoje estou curado e comemorando mais um aniversário. Se eu não estivesse acompanhando, quando fosse diagnosticado eu já estaria com outros sintomas e sabe-se lá como me trataria.
Graças a meu anjo da guarda outro câncer foi detectado a tempo de tratar, o outro foi um melanoma, que também extraí cirurgicamente.
Se eu me reportar a um ano, desde quando completei 52, o câncer foi o mais marcante. Estive em Bonito fazendo um maravilhoso “tur” com a família. Fui a Olímpia também. Tirei muitas fotos.
As vezes fico pensando: o que poderia ter feito e quase não pude fazer? Ainda tenho intenção de escrever um livro. Quando contei ao Pimenta a minha situação de saúde, ele até se prontificou em acelerar a revisão dos rascunhos que o enviei com uma coletânea de crônicas. Quero plantar mais árvores de mudas que eu mesmo cultivarei. Quero aprimorar minha arte com sucata. Neste caso as dores não estão me ajudando. Esta arte está parada no tempo, acho que ainda serei original.
O que ainda vou fazer? Ler aquele monte de livro da minha estante, mas sempre chega novidade que fura a fila.
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