Semana da Cirurgia

Semana da Cirurgia

Estive no doutor, esta semana, e decidimos que faríamos a cirurgia para extrair a próstata. Sai de lá com o encaminhamento para ir à Cassems. Depois da papelada liberada, aguardaríamos vaga no centro cirúrgico do El Kadri. Seria em um sábado. Comuniquei aos interessados e fiquei aguardando.

Avisei ao chefe que iria me afastar dentro em breve, mas até que tudo se definisse, iria continuar com as atividades.

Em casa fiz o que consegui, para deixar tudo adiantado. Fui ao açougue e provi o freezer além de comprar a ração para os “pets”.

A patroa se encarregou de providenciar as acomodações em casa. Melhorou os travesseiros. Comprou almofadas novas e suporte almofadado para a minha permanência no leito, tudo da eko7. Foi à Pernambucanas e renovou os forros de cama, além comprar umas bermudas novas.

Na terça-feira, recebi um Whats da dona Adriana, secretário do doutor: Cirurgia marcada para sábado, ir ao hospital na quinta-feira para coletar sangue.

Fui, conforme orientado, ao hospital, mas as atendentes, ao saberem que o procedimento só seria no sábado, solicitaram que eu voltasse no outro dia, pois o material coletado e armazenado seria melhor utilizado no sábado. Na sexta-feira só poderia ir depois do almoço, sem problemas, disseram as atendentes.

Na sexta pela manhã, recebo novo Whats: Cirurgia adiada. Na mesma mensagem solicitavam uma meia 7/8 de média compressão, para ser usada após a cirurgia. Para mim tudo bem, estaria a postos para nova data, talvez no próximo sábado. Sai do trabalho comunicando o adiamento.

Quando em casa, logo após o almoço, ligaram do El Kadri. Eu teria que me encaminhar até lá, fazer os exames preliminares, levar a papelada da Cassems e finalizar os preparativos, pois a cirurgia seria no outro dia.

As crianças dormiram na casa da vó, e no sábado às cinco e meia estávamos, eu e a patroa, no saguão de entrada do hospital. Depois de tudo encaminhado, às sete estava deitado na mesa do centro cirúrgico. O doutor me perguntou sobre a meia 7/8. Disse que estava em casa e que se precisasse, a patroa, que estava me acompanhando, poderia ir buscar. O doutor entrou em contato e quando acordei da cirurgia estava calçado com elas.

No centro cirúrgico o anestesista se apresentou e disse-me que faria um remedinho para eu dormir. Daí em diante, não me lembro de mais nada, só acordei à tarde na Unidade Coronariana de Observação (UCO). Quem me acordou foi a patroa, me acariciando a testa. Ainda anestesiado, permaneci por um bom tempo sem me mexer. Aos poucos fui recobrando os movimentos. Lembro-me de ter reclamado com o enfermeiro que sentia muita coceira no nariz, ele me disse que poderia coçar à vontade que eu não pagaria a mais por aquilo.

Voltei a rever a patroa no horário de visitas. O Anízio, meu irmão, também esteve por lá. Eu ficaria o resto do sábado na UCO, onde a atenção ao paciente é mais intensiva e teria maior movimentação de pessoas. No outro dia estaria no quarto.

No dia em que fiquei na UCO, fui tão bem atendido, que me deixaram por lá mais um dia. Lá tive a atenção dos enfermeiros que gostam de um bom papo. Conversando com Eric, descobri que ele foi um frequentador da casa da dona Zilá, vizinha da minha sogra, que mora no Recanto dos Pássaros. Ele morou no “Ana Maria” e foi um grande companheiro do Álvaro ( hoje vocalista do Bêbados Habilidosos) neto da Zilá. O Edney, outro enfermeiro, começou trabalhando no ramo de enfermagem, na Santa Casa, na administração. Ele era das antigas e como eu tinha trabalhado na farmácia em frente ao hospital, revisitamos as histórias e seus personagens que foram nossos contemporâneos. Uma boa conversa às vezes espanta o sono eles me diziam. Eles faziam um ritmo frenético de hospital em hospital, mal descansavam, mas nunca deixavam de ser vigilantes.

Quem me atendeu desde a UCO, foram as fisioterapeutas Alana e Ana Paula. Eu não poderia ficar o tempo todo deitado e então elas me colocavam para caminhar pelos corredores. A minha alta estava condicionada em eu estar caminhando sem dificuldades. O uso da meia 7/8 junto com as atividades de fisioterapia evitariam complicações pós cirúrgica, como a trombose.

No dia anterior à cirurgia, quando foi comprar a Meia, cheguei na Ortopédica São Paulo, para onde havia ligado antes e perguntado se eles tinham, fui logo solicitando: 7/8 média compressão. O atendente mediu meu tornozelo, joelho e coxa e entregou a encomenda. Paguei, em 4X, R$250,00 diga-se de passagem.

Retornei para casa. Lá, ao desembrulhar o pacote, desconfiei que a meia era feminina. Como a loja já estava fechada, pedi para a patroa ir, no outro dia, quando estivesse no hospital, fazer a troca, mas não deu tempo, o doutor usou logo após a cirurgia.

Esta meia calçou bem em mim. Comprimiu meus vasos de forma intensa, me protegeu das complicações, mas na parte próxima da minha coxa, tinha um detalhe rendado, com apelo de atrevimento, como naquelas dançarinas de boates, que completavam com aquelas cinta-liga. Bem sexy mesmo. Quem me visse trajando uma daquelas o que poderiam pensar? Ainda mais no hospital. A meia combinaria mais com um procedimento estético.

A doutora cardiologista novinha achou o maior barato, inclusive me disse que tinha ficado bem, já a que a sucedeu no plantão, foi bem cética: o importante é o seu efeito. Uma das fisioterapeutas me animava nas caminhadas dizendo “Vamos valorizar estas pernas!” Tivemos bons motivos para boas gargalhadas. Pedia a elas a maior discrição do mundo, mas acho que os doze andares do hospital já estavam sabendo das minhas torneadas pernas e a 7/8 rendada.

Quando fui para o quarto, com aquela roupa de interno procurei não deixar a meia vestida à mostra, pelo menos a parte da coxa.

Quando visitei o doutor, depois que deixei o hospital, ele me perguntou se eu estava somente acamado, como lhe disse que não, então ele me liberou da meia. Também me disse que gostaram muito dela lá no hospital.
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