Técnica
Aloízio de Oliveira
A disputa não teve cara de ser acirrada, e por isso o placar não deveria ter sido tão dilatado. Acirraram-se os nervos naquele descontrole que ninguém esperaria uma grande vitória, um consolo tivesse sido pelo placar mínimo, mesmo sendo derrotado. Ultimamente o time não vinha demostrado o que melhor se esperava dele, sendo este o melhor do mundo. Tivemos um desfalque que depois descobriríamos que não tinha desfalcado em nada. Mesmo que o técnico, com sua técnica, tenha chamado para si a responsabilidade pelo vexame, o resultado se tornou pejorativo e sete a um virou símbolo de deboche. Em outra oportunidade, mas ocorrido a mais de meio século, dois a um doeu bem mais. O que era para se mostrar melhor, foi melhor deixar para lá. Ele, o chefe, teria que cair no ostracismo, absorver as críticas e se mandar para bem longe, ou somente ele ou um time completo mais os reservas. Prevaleceu o conveniente menor desgaste. Quantos casos semelhantes de gente caindo em desgraça. Quantos degredados pela incompreensão. Banidos pela má sorte. Com a consciência de uma injustiça, a esperança. Na bagagem, embalou a retratação. Se não tinha sido um bom técnico por aqui, não seria nem na China. As atitudes, coerentes, foram: refrescar-se dos holofotes, reformular suas estratégias, isolar-se, recolher-se. Ao sair deixou a porta entre aberta e por ela encontrou o caminho da volta. De onde estava com saudade recordava-se em sua canção no exilio “minha terra tem Palmeiras”.
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