Gepretta
à professora Odara Dèlé
A história desta vez é cheia de paradoxos, como todas as que acompanham o ser humano. Onde os conflitos são constantes. Além disso, é permeada de ensinamentos profundos sobre a essência do ser, sobre caráter e relacionamentos, como tentam ensinar os melhores filósofos e sociólogos. Tudo começa quando um pedaço de gente, matriculado na escola, aparece misteriosamente na forma de madeira. A professora, apavorada, que ainda não havia se acostumado com a ideia, pois isso levaria pelo menos uns quatro anos ou mais, aceita o desafio. Aquela madeira estaria viva ao imitar outros modelos. Gepretta tem planos ambiciosos: transformá-la em um humano capaz de dançar e dar saltos mortais, e ganhar o mundo com sua autonomia. Os planos da pobre professora, porém, não se concretizam. Nasce, nesta tentativa frustrada, o Pinóquio da vez, já fazendo estripulias. Seu nariz cresce em cada nota recebida. As aventuras acontecem e sem dúvida, a história não acabaria bem. Agressões e um boletim de ocorrência fariam parte do enredo. A madeira que deveria crescer interiormente, como qualquer criança (ou adulto) se revolta, agride e ofende. Precisaria amadurecer e descobrir que este mundo, onde as raízes se nutrem, também veio da África.
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