TRIBUTO (N)A CERVEJA
Aloízio de Oliveira
Não há como negar, mas aumentado os impostos sobre a cerveja-nossa-de-cada-dia-que-nos-dai-sempre, toda a cadeia produtiva será afetada. Inequivocamente os termos cadeia e produtiva foram usados, apesar de não soarem bem quando nos referimos a cerveja. E ainda vem o governo taxando a dita cuja de supérflua.
Quando se precifica qualquer embalagem da breja, muitos empresários têm dificuldades em chegar a tal intento. Vale lembrar que é preciso prestar muita atenção a tantos detalhes para não ficar em dúvida se o preço estabelecido é realmente competitivo e justo. Existem formas de chegar ao preço final, ao que é apresentado na hora do passa-a-régua. Uma delas é fazendo os cálculos com base nos custos, despesas e taxações, a outra é definir o preço com base no mercado e em consideração aos ávidos clientes. Como disse é preciso muito cuidado pois de nada adianta fazer o cálculo pelos custos se, no final, o preço não ficar atrativo. Pode até acontecer retração de mercado, por uns tempos, o que fará com que as partes repensem seus conceitos. Por parte da indústria que baixe o custo ou embale bananas, muito mais barata e nutritiva que cerveja, só não sei se haverá demanda. Por parte dos consumidores que entrem para o A.A. ou deixem de comer caviar (é por isso que bebo).
Será que o preço que pagamos, pela cerveja, é justo? Todos os fatores são considerados? Será que o coração anestesiado foi pesado nesta balança? Será, senhores governantes, que a cervejinha é mesmo um item desnecessário, supérfluo? Será que conseguiríamos assistir ao Jornal Nacional e nos manter passivos de cara limpa? Ou torcer pela seleção sabendo que no outro canal tem ratinho? Será, senhores governantes, que dá para recostar a cabeça no travesseiro pensando no dia de amanhã e lembrar-se do saldo negativo da conta bancária, das faturas vencidas, e das por vencer, do cartão estourado, e não sentir vontade de arrumar um jeito mais fácil de ganhar a vida, afinal de contas poderia muito bem estar roubando, matando mas não, tá ali, zonzo, recém chegado do boteco, onde na companhia dos amigos desceu mais de uma rodada, pelo menos foi até onde conseguiu contar e o que é mais importante e digno, teve dinheiro suficiente para pagar a conta. Quanta economia as elites estabelecidas estão economizando no aparelhamento da polícia para reprimir manifestações de insatisfeitos, descontentes, aborrecidos, apoquentados, que, de cara limpa, enxergariam por outra ótica a situação que vosso governo lhes proporciona. Ainda por cima vai taxar de supérfluo a cerveja nossa? Supérfluo é urna mortuária, coroa funerária e jazigo de cemitério.
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