2017
Aloízio de Oliveira
Ao ano que se acaba dedico algumas palavras de agradecimento. Começo pelo final, quando os protagonistas deste intervalo de tempo começam a se cumprimentar e fazer votos de ano bom, assim como fizeram ao final do ano anterior. Desta feita alguém me cumprimente e deseja ano melhor, mas eu lhe digo que este ano foi tão bom, pois tinha sido o ano em que nos conhecemos, tivemos oportunidade de conviver nos dias. Se estendêssemos a outros personagens semelhantes já seria suficiente para descrever o ano que se finda. Aos que repetiram a dose, reafirmamos nossas relações. Se tivemos obstáculos, tivemos oportunidades de transpô-los e agora estamos aqui descrevendo nossas façanhas. Eu por exemplo resolvi tratar a psoríase cutânea e a artropática da qual sou portador e a reumatologista além de recomendar o tratamento medicamentoso também me recomendou uma consulta a uma dermatologista, para cuidar das lesões da pele. Logo na primeira consulta a dermatologista me diagnosticou um melanoma em fase inicial e tratável. Em outra feita meu filho me pede para fazer aulas de canto, pois acha que tem talento para cantor. Depois da primeira aula a professora nos chama, a mim e a minha esposa, para um particular. Tudo bem que ele, apesar de toda dedicação e disciplina, não desenvolveria o talento necessário para se tornar um cantor, estávamos cientes disso. -Seu filho tem escoliose, leve-o a um ortopedista, nos disse enfaticamente a professora de canto. Este é o momento de tratar, completou ela. Não sei quando notaríamos esta coluna torta em nosso filho, mas aconteceu neste ano. Além do menino temos também uma menininha que desde o final do ano passado estava emendando um frasco de antibiótico atrás do outro, que sina. Neste ano conhecemos a homeopatia e a firmeza no tratamento, proporcionou a nossa menina uma vida longe dos antibióticos. Há algum tempo que venho desenvolvendo uma atividade artística como declamador de poesias. Além de declamador tenho me aventurado pela escrita deste gênero. Este ano, admiti publicamente que sou poeta, e se já gostava do que fazia, agora gosto muito mais, tem até Manoel de Barros na minha escrita. Conheci a cidade do Rio de Janeiro, na verdade a zona sul, de onde voltei maravilhado. A cidade respira cultura, pelo menos nos lugares e nos momentos por onde estive, o resto o noticiário nacional destaca. Neste fim de ano colocamos em ação uma faxina programada a bastante tempo. Começamos por desapegarmos das coisas que guardamos para a chegada de mais um rebento, mas acho que se ele, ou ela, chegar usará tudo novo, pois desocupamos todos os guarda-roupas onde se encontravam embalados o enxoval, o berço, o carrinho, a cadeirinha do carro, a banheira e etc. Se foi bom nos desfazermos de tudo isso, não emitirei nenhum juízo sobre, mas acho que ficamos bem mais leves. Guardávamos papéis desde antes do casamento, mas com a faxina encontramos diversos papéis acumulados de importância menor que resolvemos também nos desfazer deles. O Ano Novo começa com nós despapelados.
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